quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Reflexões sobre o Mal.

"[...] O Talmud observa que a Shemá possui um poder supremo para afastar as forças do mal, devendo ser recitado logo antes de dormir. segundo o Talmud, é a noite que as forças do mal estão mais fortes, e o Shemá  tem o poder de nos proteger contra elas.

O motivo parece óbvio: o mal só tem poder quando visto como algo desconectado do poder de D'us. Se pensamos que pode haver uma força do mal separada de D'us então podemos ser prejudicadas por ela. Contudo se admitimos que até mesmo o mal é criação de D'us então ele não terá mais força sobre nós. O próprio D'us disse pela boca de seu profeta: "Eu formo a luz e crio as trevas, faço a paz e crio o mal: Eu sou D'us, eu faço tudo isso."

O Zohar explica a existência do mal através de uma parábola. Um rei decidiu testar seu filho, para ver se este era digno de herdar o trono. Ele pediu ao filho que se afastasse de mulheres dissolutas e se mantivesse virtuoso, e então contratou os serviços de uma mulher para que tentasse o filho de todas as formas possíveis e imagináveis. O Zohar então faz a seguinte pergunta retórica: "Esta mulher também não será uma serva do rei?"

O objetivo do mal é o de nos tentar, e assim permitir que tenhamos o livre-arbítrio. Sem a existência do mal não teríamos outra alternativa senão fazer o bem e, nesse caso, não haveria virtude no bem que fizéssemos. Contudo um vez que D'us nos concedeu o livre arbítrio e quer que façamos o bem porque assim desejamos, o mal desempenha um papel importante nos planos d'Ele.

Na parábola, assim que o príncipe percebe que a mulher foi contratada por seu pai, ela deixa de representar uma ameaça. O mesmo vale para o mal. De fato, o Baal Shem Tov se aprofunda ainda mais na utilização deste ensinamento do Zohar. Diz ele: " Não sucumba ao mal; trate de superá-lo." Ele explica que, se o mal é um servo fiel do rei, então, devemos ser igualmente fiéis. Se o mal faz a vontade de D'us, devemos nós fazê-la tão bem quanto ele. [...]"

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Que Pedir ao Criador?

Cada pessoa chega a um ponto onde tudo que costumava ajudá-la a avançar e desenvolver-se torna-se totalmente inútil. Qual deve ser o seu apelo ao Criador em tal estado?

Peça o que quiser, mas isso não vai ajudar! O Criador é uma força perfeita da natureza. Não é um velhinho ou uma força que pode ser influenciada. Não mesmo! O Criador é absoluto e, portanto, não muda. Se o Criador mudasse, isso significaria que Ele era diferente antes e agora ficou melhor ou pior.

Pedir ao Criador meios para desenvolver novos desejos dentro de mim. A razão pela qual eu sinto a mudança na sua influência constante sobre mim é porque eu mudo. O Criador nunca muda! Ele não ouve ou vê nada de nós. Ele é simplesmente uma grande, eterna, existente, e perfeita força da natureza. Nós somos os únicos que devemmos mudar, até nos tornarmos semelhantes a Ele.

Nossas orações são auto-julgamentos, auto-avaliações, e o desejo de mudar. Não há nada para pedir ao Criador, caso contrário, é como se você estivesse dizendo: "Você não é tão bom. Por favor, seja melhor!".

Aos poucos, vamos descobrir que estamos lidando com a natureza. O Criador é a natureza. E dentro desta natureza só podemos mudar. O ser humano é o único que pode mudar a si mesmo. Então, surge a pergunta: que estado temos que alcançar e como podemos alcançá-lo, para sentir-nos eternos e perfeitos, como a natureza?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Oração: lembrança da dependência de D'us

O objetivo principal da oração é se aproximar de D’us. Somos ordenados a servir a D’us todos os dias, como a afirma a Torá: "E servireis ao Eterno, vosso D’us, e ele abençoará o teu pão e a tua água” (Êxodo 23:25).

Sendo D’us inerentemente perfeito, ninguém pode fazer nada por Ele. Servir a D’us então envolve cumprir o objetivo pelo qual fomos criados. Uma vez que este propósito é se aproximar dele, qualquer coisa que traga o homem mais perto de D’us é considerado Seu serviço. Portanto, já que rezar faz com que uma pessoa reconheça sua dependência em relação a Ele e por meio disso nos aproxima Dele, é o serviço essencial de D’us.

A oração é o serviço do coração, mas sem intenção sincera é como um corpo sem alma ou uma fruta sem casca. A oração une o espiritual e o material, fazendo do pedido de nossas necessidades materiais um serviço a D’us.

Nós não rezamos, para lembrar a D’us de nossas necessidades, e sim para lembrar a nós mesmos de dependência que temos com Ele.

Estamos então ordenados a rezar para D’us por tudo, embora Ele saiba nossos pensamentos e necessidades mais profundas, pois o ato de rezar eleva a consciência da pessoa por D’us e Sua providência, e deste modo faz com que a pessoa seja uma merecedora do bem que D’us quer dar.

(Rabino Aryeh Kaplan)

Retomada.

Caros amigos,

Depois de um longo tempo sem atualizações, resolvi retomar esse projeto de compartilhar as informações sobre Cabalá que aprendo e pratico diariamente.

Começarei esta nova fase com um artigo muito interessante que li de um Rabino, mestre em Cabalá.

Espero que aproveitem muito bem a leitura e, por favor, teçam seus comentário ou perguntas sobre quaisquer assunto que desejam ver sob à Luz da Cabalá.

Shalom!